
Entendendo a transmissão comunitária do coronavírus por meio de um simulador de dispersão
Este artigo simula cenários possíveis da evolução da transmissão comunitária do vírus SARS-Cov-2, causador da doença COVID-19, por meio do Modelo de Dispersão do Coronavírus (MD Corona) desenvolvido a partir do software NetLogo. O objetivo principal do artigo é simular o impacto do confinamento social (supressão) nas curvas epidêmicas do contágio.
Como existem muitas incertezas e debates sobre os detalhes da infecção e transmissão do COVID-19 e como este modelo é relativamente simples, as conclusões deste exercício servem para fins educacionais e de pesquisa, mas também podem ser utilizadas, ainda que de forma cautelosa, como ferramenta para tomada de decisões. O resultado mais impactante desta pesquisa mostra que o vírus pode se perpetuar no ambiente, levando a surtos de epidemia recorrentes. Isso acontece caso o vírus seja reintroduzido no sistema por um agente externo, caso o tempo de imunidade ao vírus seja baixo e/ou caso o confinamento da população não seja expressivo.
Em todos os casos simulados com o MD Corona, fica evidente que a estratégia de confinamento máximo/extremo é a melhor forma de “achatar a curva” de dispersão do vírus, eliminar o vírus do ambiente e evitar um alto número de mortes.