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Uma cidade, muitas curvas: entre Brasilândia, Sapopemba e Jardins

Coronavírus na Brasilândia, com rotina social mantida
Coronavírus na Brasilândia, com rotina social mantida
Coronavírus na Brasilândia, com rotina social mantida

Resumo

A crise sanitária imposta pelo coronavírus não é democrática. Mesmo que o vírus possa contaminar a todos, pessoas mais vulneráveis socioeconomicamente estão menos protegidas contra a contaminação e a mortalidade. Tendo em vista essas discrepâncias, selecionamos para análise territórios contrastantes na cidade de São Paulo (Figura 1), a maior metrópole do país - com 12,18 milhões de habitantes e responsável por 10,6% do PIB do país (IBGE, 2019) - que registrou seu primeiro óbito em decorrência do coronavírus em 17 de março (Agência Brasil, 2020).

De um lado, Brasilândia e Sapopemba, distritos com alto índice de densidade demográfica, que sempre lideraram o número de óbitos totais e que ilustram a face pobre da cidade. Do outro, o Jardim Paulista, região que, justamente por ter uma população mais abastada e que costuma fazer viagens ao exterior, registrou a primeira infecção da doença no Brasil (Ministério da Saúde, 2020), retratando a parcela mais rica e com maior capacidade de se proteger dentro da cidade.

A análise da expansão da Covid-19 em diferentes territórios é importante para compreendermos as diversas dimensões da crise. Ao analisarmos Brasilândia, Sapopemba e Jardins (tabela 1) entre o final do mês de Março e o início do mês de Junho de 2020, encontramos discrepâncias de realidades que se refletem em: distintos padrões de isolamento, transmissão e mortalidade entre as populações dessas áreas. Fica explícito, assim, que as extremas desigualdades da capital paulista são amplificadas na pandemia.

Gráfico montado por Ação Covid-19
Gráfico montado por Ação Covid-19
Territórios selecionados para análise do IPC19 em São Paulo