Para uma vacina ser 100% nacional, tanto o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) quanto a própria vacina final devem ser produzidas no Brasil. Atualmente, todas as vacinas que imunizam os brasileiros são feitas usando IFAs importadas, o que gerou longas negociações, atrasos e dependência externa.
Existem duas formas de obtermos vacinas 100% nacionais. A primeira forma seria o Brasil firmar acordos de transferência de tecnologia, como no caso da Fiocruz com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que irão repassar as instruções de como produzir o IFA para a Fundação brasileira.
A outra forma é o desenvolvimento de uma vacina desde a sua concepção até sua produção final. E esse é o caso da ButanVac e Versamune, vacinas sendo desenvolvidas respectivamente pelo Instituto Butantan e pela USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, em parceria com a empresa Farmacore.
A comunidade científica já prevê que precisaremos de doses complementares nos próximos anos para manter a imunidade alta contra o coronavírus e de atualizações das vacinas, caso apareçam variantes específicas no Brasil. Além disso, outra vantagem das vacinas 100% nacionais é que o país não seria dependente da produção externa de IFA e de vacinas, algo essencial para o controle do coronavírus no cenário de escassez mundial e alta demanda de imunizantes. Portanto, devemos não só apoiar e defender, mas também cobrar o financiamento destas vacinas nacionais.