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O crescimento de órfãos na pandemia de Covid-19

O grande número de mortes provocadas pela Covid-19 impacta a vida social em diversas formas

O grande número de mortes provocadas pela Covid-19 impacta a vida social em diversas formas

O grande número de mortes provocadas pela Covid-19 impacta a vida social em diversas formas. Inicialmente, a perda de pessoas que ainda tinham sonhos, projetos e a certeza de uma vida mais longa. Porém, o problema é ainda mais amplo. Esse é o caso do grande aumento dos números de órfãos nos últimos anos marcados pela pandemia. No mundo, a cada 12 segundos, uma criança perde seus cuidadores que podem ser pais, avós ou outros familiares próximos. No Brasil, esse número é de um órfão a cada cinco minutos. As consequências desse acontecimento, o aumento do número de órfãos, são muitas. 

Em níveis individuais, a convivência com o luto e os traumas psicológicos e emocionais derivados da perda dos cuidadores, como também a perda e a criação de novos referenciais, são alguns dos impactos. Esse trauma também possui implicações em diversos âmbitos da vida como o abandono escolar, estimulado pela falta de perspectiva de futuro, ou a ausência de pessoas capazes de gerir a vida dessa criança e adolescente, além da exposição dessas crianças a vulnerabilidades como a violência sexual, física e emocional.

Por sua vez, a questão do aumento de órfãos também é um problema social/coletivo. A sociedade brasileira precisa formular alternativas de assistência social para essas crianças e adolescentes, como também criar ambientes de acolhimento em espaços sociais como a família, a escola e outras instituições coletivas. Com base nisso, alguns projetos de lei passam a ser debatidos, por exemplo, na esfera do auxílio financeiro através do fornecimento de pensão aos órfãos já inscritos em programas sociais e que perderam os cuidadores para a Covid-19.

Em um momento pandêmico marcado pelo significativo aumento  de mortes, nós, enquanto sociedade e indivíduos, precisamos lidar, privada e publicamente, com o problema do luto. Para isso, as redes de apoio mútuo e os espaços coletivos como, por exemplo, as escolas, devem falar e debater o luto e os outros diversos impactos da pandemia entre as crianças e adolescentes.

Referência: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57923377