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Dia Internacional Contra a Homofobia: perspectivas e desigualdade em meio à pandemia

Em 1990, a homossexualidade é, finalmente, retirada da classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde pela Organização Mundial de Saúde.

17 de maio de 1990 a homossexualidade é, finalmente, retirada da classificação internacional de doenças pela Organização Mundial de Saúde.

Em 1990, a homossexualidade é, finalmente, retirada da classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde pela Organização Mundial de Saúde. Com a força das lutas e da multiplicidade intrínseca à comunidade LGBTQI+, o dia 17 de maio ficou conhecido como o Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia. No entanto, 31 anos após essa decisão histórica, o mundo ainda reverbera preconceitos e perseguições contra essa população que, dentro de toda sua multiplicidade, tem suas vulnerabilidades expostas pelo impacto desigual da pandemia.

E raso seria considerar essa comunidade sem um olhar crítico para suas necessidades específicas! Um exemplo marcante é uma medidas mais incentivadas para a contenção do vírus ser ficar em casa quando o ambiente familiar é onde acontece a maior parte das agressões sofridas pela população LGBTQI+, principalmente a população trans e travesti. Dessa forma, fica evidente que precisamos ter uma visão multidimensional quando tratarmos dessa população.

Alem disso, outros obstaculos associados à saúde dessa população incluem a dificuldade de acesso aos servicos e ao fechamento de centros especializados para tratamentos e para apoio, principalmente a pessoas trans, travestis e Intersexo. Adicionalmente, segundo estudos, o risco de infecção pelo HIV - vírus que ainda atinge maior proporção na população LGBTQI+ - é um fator que pode agravar o quadro em caso de contaminação pelo coronavírus (Blanco et al, 2020 - publicado na revista Lancet).

Outras variantes que se somam em tornar a população LGBTQI+ uma das mais vulneráveis são questões relacionadas ao trabalho. Como o preconceito vai além da violência física e da perseguição, os dados que trariam um panorama mais específico desse quadro também são sub-catalogados. Dessa forma, ainda dependemos de entidades como o Coletivo #VoteLGBT que conseguiu criar o índice de Vulnerabilidade de LGBT+ à Covid-19 (VLC) ou a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) que é pioneira e faz todos os anos o mapa da violência contra pessoas Trans no Brasil.

Por fim, este dia simboliza anos de luta e a vitória para reconhecer a humanidade e a diversidade sem patologizar o que é amor. Porém, é importante lembrar que a luta não está ganha, pelo contrário, a pandemia só nos mostrou que ainda dependemos muito da solidariedade e do respeito não só da comunidade pela própria população, mas da sociedade como um todo.